domingo, 16 de outubro de 2011

(...)


A felicidade perguntou como eu estava.
O que eu respondi?
Nem a reconheci...

(Tanmires)


quinta-feira, 8 de julho de 2010

Por dentro


Às vezes quem menos derrama lágrimas é quem mais sofre...

- é como num rio, ou deságua, ou me afogo por dentro...

Isso é tudo...

{Tanmi}

"Por favor, não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu...
Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.
Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço (...)"

{Mário Quintana}

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Despedida

Sempre achei que escrevendo estaria me libertando e me redimindo por coisas não ditas e pensamentos silenciados... Hoje, percebo que para me libertar tenho que parar de escrever - por um tempo - e começar a viver. Tenho que transformar palavra em verbo, pensamento em ação e rever meus conceitos. Devo me despedir dessa vida de distrações mal-elaboradas e me reinventar, agir. Antes me via como um pássaro de asas cortadas preso na gaiola do destino... Hoje sou ave liberta, estou livre. Livre de quê? O que consegui? Não sei bem. Talvez coragem para encarar a realidade de frente sem me deixar abater e seguir.
Maturidade para aceitar o que não posso mudar. E perseverança. Afinal, a vida continua...Tenho muito o que buscar... E para isso me despeço e me liberto.
              
Adeus... À Deus... ou até breve!
       
{Tanmi}
       
'Acordei hoje com tal nostalgia de ser feliz. Eu nunca fui livre na minha vida inteira. Por dentro eu sempre me persegui. Eu me tornei intolerável para mim mesma. Vivo numa dualidade dilacerante. Eu tenho uma aparente liberdade mas estou presa dentro de mim.'
       
{Clarice Lispector}

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Soneto da separação


'De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto
     
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama
     
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
     
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.'
     
{Vinícius de Moraes}

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

(...)


'Ah, está se tornando difícil escrever. Porque sinto como ficarei de coração escuro ao constatar que, mesmo me agregando tão pouco à alegria, eu era de tal modo sedenta que um quase nada já me tornava uma menina feliz.'
     
{Clarice Lispector}

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Falando em poesia


Eu não entendo
Como pode alguém
Ler um poema
E não se sentir tocado
Através das palavras
Como pode alguém
Não gostar de poesia
   
(...)
   
Poesia é sentimento
É estado de espírito
É falar com a alma

É passar para o papel
O que a maioria das pessoas
Prefere guardar no silêncio
   
(...)
   
Eu prefiro escrever
Não sou tão boa nisso, confesso
Mas me desprendo de mim
E escrevo
   
(...)
   
Melhor ainda
É ler poesia
Sentir a poesia
Respirar os poemas!
   
{Tanmi}
   
'Sou um monte intransponível no meu próprio caminho. Mas às vezes por uma palavra tua ou por uma palavra lida, de repente tudo se esclarece.' {Clarice Lispector}

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A culpa

Procuro em quem pôr a culpa. Insisto em achar um culpado, para desviar-me de uma culpa que talvez seja só minha, ou não, acho que acabo me maltratando. Sinto-me responsável por tudo o que acontece ao meu redor, como se eu precisasse exercer um certo controle, para que nada fugisse das minhas mãos. É tudo tão complexo. Ter o complexo da culpa, sem ter culpa de nada.
       
{Tanmi}
   
'Não sei qual a minha culpa mas, peço perdão. A luz do farol revelou-os tão rapidamente que não puderam ver. Peço perdão por não ser uma 'estrela' ou o 'mar' ou por não ser alegre... Peço perdão por não saber me dá nem a mim mesma, para me dar desse modo a minha vida se fosse preciso mas, peço de novo perdão, não sei perder minha vida.' {Clarice Lispector}